Cada vez mais aplicada no mundo corporativo, a Gestão Ágil de Projetos é bem mais do que uma simples tendência de mercado. Esse modelo de gestão transformou a maneira como os projetos são planejados, executados e monitorados.
O tema, porém, ainda levanta muitas dúvidas no meio empresarial. O que exatamente é Gestão Ágil de Projetos? Em quais valores esse método se baseia? Quais são os benefícios desse modelo de gestão?
A seguir, você confere uma verdadeira Introdução à Gestão Ágil de Projetos! Veja ainda como o Scrum – metodologia mais popular dentro dessa temática – pode ser aplicado na prática. O material abaixo foi idealizado por Ruy A. Bueno Jr, que é especialista no assunto Gestão Ágil de Projetos e consultor da área na FENP Consultoria Digital. O profissional tem 30 anos de experiência em Gestão de Projetos e equipes em indústria automotiva.
Gestão Ágil de Projetos: o que é?
A gestão ágil é uma abordagem de gerenciamento de projetos que se concentra na entrega contínua e na adaptação a mudanças.
Em vez de seguir um plano rígido, a gestão ágil incentiva a colaboração e a comunicação contínuas entre a equipe do projeto e as partes interessadas, com o objetivo de garantir que o resultado final atenda às necessidades do cliente.
É importante destacar que ágil não significa apenas rapidez: nesse modelo de gestão, a palavra ágil se relaciona também com os conceitos de flexibilidade e integração.
A gestão ágil, portanto, surgiu como uma alternativa aos métodos tradicionais de gerenciamento de projetos que muitas vezes eram inflexíveis e focados em seguir um plano detalhado. Em vez disso, essa metodologia se concentra em entregar valor em ciclos curtos e interativos, permitindo que a equipe do projeto faça ajustes à medida em que avança.
Gestão Ágil de Projetos: quais são os principais valores?
Os métodos aplicados na gestão ágil são norteados especialmente pelo Manifesto para Desenvolvimento Ágil de Software. Esse guia é um compilado de valores e princípios que direcionam o modelo de gestão.
O manifesto foi criado por um grupo de desenvolvedores em 2001 e teve como base a análise da gestão de projetos bem-sucedidos. As orientações geradas no encontro são consideradas, até hoje, um guia para a execução de qualquer projeto de gestão ágil. Os quatro valores que constam no manifesto são:
– Indivíduos e interações são mais do que processos e ferramentas;
– Produto em funcionamento é mais do que documentação abrangente;
– Colaboração com o cliente é mais do que negociação de contratos;
– Responder a mudanças é mais do que seguir um plano.
O manifesto destaca ainda: “apesar de reconhecermos valor nos itens à direita, valorizamos mais os itens à esquerda”.
Scrum: uma visão geral da metodologia
Uma das metodologias mais populares para a gestão ágil é o Scrum, que fornece uma estrutura para as equipes trabalharem juntas de forma colaborativa e interativa para entregar valor ao cliente.
O Scrum tem como uma das suas principais características os chamados sprints – que são ciclos de trabalho que podem durar de uma a quatro semanas. No fim de cada um desses ciclos, parte do projeto precisa ser entregue. O Scrum, portanto, é um framework ágil para gerenciamento de projetos que se concentra em entrega, colaboração e comunicação contínuas.
Scrum: nascimento e pilares
O framework Scrum foi desenvolvido na década de 1990 por Ken Schwaber e Jeff Sutherland, que buscavam uma forma mais eficaz de gerenciar projetos de software. Os valores da gestão ágil estão incorporados nas práticas dessa metodologia e ajudam a garantir que o produto final atenda às necessidades do cliente e seja entregue dentro do prazo e do orçamento.
O Scrum é baseado em três pilares principais: transparência, inspeção e adaptação. Veja o detalhamento de cada um deles a seguir:
– Transparência significa que todas as informações relevantes sobre o projeto são compartilhadas abertamente com a equipe e os stakeholders;
– Inspeção é o que envolve a verificação regular do progresso do projeto para garantir que ele esteja indo na direção certa;
– Adaptação indica que a equipe está sempre pronta para fazer mudanças quando necessário para garantir o sucesso do projeto.
O Scrum, como citamos acima, é dividido em sprints, que são ciclos de trabalho interativos que geralmente duram de uma a quatro semanas. Cada sprint começa com uma reunião de planejamento, onde a equipe e o chamado Product Owner (veja mais abaixo) definem o trabalho a ser realizado durante o ciclo.
No sprint, a equipe normalmente realiza reuniões diárias rápidas, onde cada membro atualiza os outros sobre o seu progresso e quaisquer obstáculos que possam estar impedindo o seu trabalho. Ao final de cada sprint, é realizada uma revisão do ciclo para demonstrar o trabalho concluído e uma retrospectiva do sprint para avaliar o processo e identificar oportunidades de melhoria.
Scrum: quem utiliza essa metodologia?
No Brasil, o Scrum é amplamente utilizado por empresas de tecnologia e de outros setores que buscam uma abordagem mais ágil e eficiente para o gerenciamento de projetos. Nos últimos anos, a metodologia Scrum tem ganhado popularidade no país, especialmente em empresas de software e de desenvolvimento de tecnologia que buscam se tornar mais ágeis e competitivas no mercado.
Muitas empresas brasileiras têm adotado o Scrum como uma estratégia para aumentar a eficiência e a qualidade dos projetos, bem como para elevar a satisfação do cliente. Algumas empresas brasileiras líderes em tecnologia, como a Locaweb, a Mercado Livre e a Globo.com já utilizam o Scrum há anos em suas equipes de desenvolvimento.
Além disso, a metodologia tem sido utilizada em outras áreas além da tecnologia, como em projetos de marketing, design e gestão de serviços, mostrando que o Scrum pode ser adaptado a diferentes contextos de negócios.
Scrum: as indústrias podem aplicar essa metodologia?
As indústrias brasileiras, especialmente aquelas que produzem bens de consumo, enfrentam muitos desafios em termos de concorrência, demanda de mercado e competitividade. A adoção do Scrum pode ajudar a enfrentar esses desafios, permitindo que as empresas respondam rapidamente às mudanças nas demandas dos clientes e no mercado.
A aplicação do Scrum em indústrias pode ser feita de diferentes formas, dependendo do tipo de produto e dos processos envolvidos. Por exemplo, na indústria automotiva ou de autopeças, o Scrum pode ser utilizado para o desenvolvimento de novos modelos de veículos ou componentes, desde a concepção até a produção. Na indústria alimentícia, o Scrum pode ser utilizado para o desenvolvimento de novos produtos e embalagens, além de melhorar a eficiência da produção.
O Scrum também tem sido amplamente adotado por startups brasileiras que valorizam a flexibilidade e a rapidez na entrega de produtos e serviços para se destacarem em um mercado altamente competitivo.
Como diz Alexandre Magno, em seu livro “Tire seu projeto do Papel com Scrum”: “Quando o assunto é agilidade de projetos, estamos entre os três primeiros. E se o Scrum não foi criado por brasileiros, tenho certeza de que o praticamos com um gingado que ninguém consegue igual”.
Scrum: como é composto essa metodologia?
Em geral, o framework Scrum é composto por três pilares principais: equipe Scrum, reuniões regulares e artefatos. Logo abaixo, veja os detalhes de cada um deles!
Vale destacar, antes disso, que esses três pilares, juntos, trabalham para garantir que o processo Scrum seja seguido corretamente e que o produto final seja entregue dentro do prazo e do orçamento, com um alto grau de qualidade e satisfação do cliente.
* Equipe Scrum
A equipe Scrum é formada por três papéis principais: o Product Owner, o Scrum Master e a equipe de desenvolvimento. Cada papel tem responsabilidades claras e é fundamental para o sucesso do projeto.
– Product Owner: é o responsável por definir a visão do produto e priorizar o trabalho da equipe com base nessa visão. Ele trabalha em estreita colaboração com a equipe de desenvolvimento e os stakeholders para garantir que o produto atenda às necessidades do cliente.
– Scrum Master: é o responsável por garantir que a equipe esteja seguindo o Scrum e removendo obstáculos que possam impedir o progresso do projeto. Esse cargo é responsável por facilitar as reuniões e garantir que a equipe esteja seguindo as melhores práticas.
– Equipe de desenvolvimento: a equipe de desenvolvimento é responsável por criar o produto. Eles trabalham em estreita colaboração com o Product Owner para entender os requisitos do cliente e garantir que o produto atenda a esses requisitos.
O Scrum fornece uma estrutura clara para o gerenciamento de projetos, mas requer um alto nível de colaboração e comunicação entre todos os membros da equipe. O Product Owner deve estar constantemente envolvido na definição dos requisitos e na priorização do trabalho, enquanto a equipe de desenvolvimento deve ser auto-organizada e trabalhar em conjunto para entregar o produto.
* Reuniões Regulares
As reuniões regulares são fundamentais para o sucesso do Scrum, pois elas ajudam a manter a equipe de desenvolvimento e as partes interessadas no mesmo ritmo, garantindo que todos estejam alinhados e trabalhando em direção ao mesmo objetivo. Elas são divididas em:
– Sprint Planning: essa é a primeira reunião de cada sprint, onde o Product Owner e a equipe de desenvolvimento se reúnem para definir as metas e os objetivos para o sprint. Durante a reunião, o Product Owner apresenta as funcionalidades mais importantes do Product Backlog, explicando as necessidades do cliente e as prioridades. A equipe de desenvolvimento, então, discute as funcionalidades e determina quais delas serão incluídas no Sprint Backlog e quais tarefas precisam ser executadas. O resultado da reunião é um plano claro que a equipe de desenvolvimento segue para concluir as tarefas.
– Daily Scrum: é uma reunião diária rápida (normalmente de 15 minutos), onde toda a equipe de desenvolvimento se reúne para discutir o progresso do trabalho e planejar as atividades do dia. Durante a reunião, cada membro da equipe informa o que fez no dia anterior, o que planeja fazer no dia atual e se há algum obstáculo que precise ser resolvido para concluir as tarefas. A reunião é liderada pelo Scrum Master e é uma oportunidade para a equipe se manter atualizada e colaborar na resolução de problemas.
– Sprint Review: a reunião é realizada no final de cada sprint e tem como objetivo principal apresentar o trabalho concluído pela equipe de desenvolvimento para o Product Owner e outras partes interessadas. Durante a reunião, a equipe apresenta o Incremento do Produto, que é uma versão atualizada do produto com todas as funcionalidades concluídas durante o sprint. O Product Owner revisa o trabalho e dá feedback sobre o que foi entregue. A equipe pode discutir as dificuldades encontradas e os obstáculos superados. A reunião termina com uma discussão sobre as próximas prioridades do Product Backlog.
– Sprint Retrospective: essa é a última reunião de cada sprint e tem como objetivo permitir que a equipe reflita sobre o trabalho que foi realizado e identifique áreas que precisam de melhoria. Durante a reunião, a equipe discute o que funcionou bem durante o sprint, o que não funcionou e o que pode ser melhorado para o próximo sprint. O Scrum Master facilita a discussão e ajuda a equipe a criar um plano de ação para o próximo sprint.
* Artefatos
Os artefatos do Scrum são os elementos que representam o trabalho a ser feito e ajudam a equipe a se concentrar em alcançar os objetivos do sprint. Existem três principais artefatos do Scrum:
– Product Backlog: é uma lista de todas as funcionalidades, recursos, melhorias e correções que devem ser implementadas no produto final. Ela é dinâmica e evolutiva, além de ser atualizada e refinada ao longo do tempo pelo Product Owner em colaboração com a equipe de desenvolvimento. O Product Backlog é priorizado em ordem de importância pelo Product Owner, com base nas necessidades do cliente, no retorno do investimento e em outras considerações relevantes.
– Sprint Backlog: é uma lista de tarefas que a equipe de desenvolvimento deve concluir durante o sprint. Essas tarefas são derivadas do Product Backlog. O Sprint Backlog é uma lista estática que não pode ser alterada durante o sprint, a menos que a equipe e o Product Owner concordem que mudanças são necessárias para atender às necessidades do cliente ou às condições de mercado.
– Incremento do produto: é uma versão atualizada do produto que inclui todas as funcionalidades implementadas até o momento. A cada sprint, a equipe de desenvolvimento trabalha para produzir um novo incremento que adicione valor ao produto, seja por meio da resolução de problemas, do lançamento de novos recursos ou da melhoria da qualidade.
Gestão Ágil de Projetos – Scrum: quem oferece essa solução?
O serviço de Gestão Ágil de Projetos – Scrum é uma das soluções empresariais disponíveis na FENP Consultoria Digital. A empresa tem como norte transformações customizadas para resultados acelerados. O fundador da FENP é Esdanio Nilton Pereira, que traz na bagagem quase 40 anos de experiência na gestão de pequenas, médias e grandes empresas no Brasil e no exterior.
As informações sobre a Gestão Ágil de Projeto – Scrum podem ser acessadas, portanto, por meio de uma consultoria digital dentro da FENP. Nesta plataforma, o cliente tem acesso à forma de implementá-lo em sua empresa e também aciona o seu consultor responsável sempre que precisar. Apesar do método ter iniciado pela indústria de softwares, todas as empresas que trabalham com projetos podem adotar a solução.
Gestão Ágil de Projetos – Quero aplicar na minha empresa!
FENP: Contribuir com o crescimento e a longevidade das empresas brasileiras é o nosso propósito
A FENP Consultoria Digital foi criada na esteira da necessidade de transformação da gestão empresarial do país. Além dos atributos convencionais das consultorias, a FENP tem uma vocação estratégica evidente e diferenciada e um olhar atento ao processo sucessório nacional.
O maior compromisso da FENP é com o futuro do negócio de seus clientes. A atuação da empresa engloba desde startups ligadas à indústria até a própria indústria produtiva brasileira. Todas as soluções da marca visam a transformação da gestão empresarial, diminuindo riscos e estabelecendo processos mais modernos, eficientes e seguros.
Fundador conta com quatro décadas de experiência na gestão de empresas
Esdanio Nilton Pereira acumula quatro décadas de experiência adquiridas em grandes companhias dentro e fora do Brasil. Brasinca, Volvo, Navistar (International Caminhões) e Empresas Randon foram suas passagens como executivo. Atualmente, divide a agenda também como investidor anjo e conselheiro de empresas.
Estudioso dedicado e profissional reconhecido, Esdanio conta com mais de 20 participações em startups, o que comprova sua visão para investir e entender o futuro dos negócios. Transformador convicto e entusiasta da indústria nacional, ele desenvolveu também a metodologia Gestão de Crescimento Sustentável (GCS). O método, criado há mais de 10 anos, foca no crescimento e na longevidade das empresas e já ajudou dezenas de empresas a transformarem sua gestão, além de balizarem sua governança e encaminharem os processos sucessórios.
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