Como garantir a alta performance das máquinas e equipamentos?
Para aqueles que são responsáveis pelo processo produtivo de um produto, há sempre um receio de como seus ativos vão responder a uma demanda de produção – as máquinas vão operar dentro da capacidade? Não vão haver quebras? Haverá necessidade de horas extras? Essas são questões que recorrem diariamente na rotina do gestor de operações.
Sabe-se que para obter uma alta performance dos ativos é necessário considerar vários aspectos, tais como: manutenção regular, treinamento operacional, acompanhamento de indicadores, otimização de processos, atualização tecnológica, gestão de estoques, ambiente adequado de operação, comunicação eficiente e também a cultura de melhoria contínua. Mas como fazer que isso tudo ocorra de forma síncrona e eficiente dentro do ambiente fabril? Pois bem, essa é outra questão que pode levar o gestor de operações a uma inquietude.
Entretanto, existem métodos consolidados globalmente que podem ajudar na solução desses problemas e um deles é através da TPM – Total Productive Maintenance que significa Manutenção Produtiva Total ou também mais recentemente chamada de Gestão Produtiva Total. Ela foi uma metodologia desenvolvida na década de 1970, pelo japonês Seiichi Nakajima, quando houve um aumento na aquisição de equipamentos nas fábricas e automatização de processos, levando ao crescimento da demanda de manutenções mais frequentes. A TPM não é apenas uma resposta às demandas do presente, mas uma evolução que surgiu da necessidade de enfrentar os desafios crescentes da automação industrial. Ao contextualizar historicamente a TPM, entendemos que essa metodologia não é apenas uma abordagem atual, mas uma resposta sólida e adaptável a um cenário em constante transformação.
Existem várias versões de diferentes autores sobre o assunto mundo a fora, entretanto, uma das mais conhecidas, aplicadas e com resultados sólidos é baseada em oito pilares que fornecem uma estrutura organizada para a implementação. Destes pilares, destaca-se um em especial, que é a Manutenção Autônoma, focada nos operadores das máquinas e nas rotinas frequentes para manter as máquinas em excelentes condições, além de trabalhar em constantes melhorias no posto de trabalho. Diante disso, foi desenvolvido um método específico que agrega as técnicas da Manutenção Autônoma juntamente com a de outros pilares da TPM, chamado aqui de GESTÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS – GME.
O grande objetivo é produzir uma transformação cultural dentro da fábrica. A essência desse método é ir além da manutenção dos equipamentos e envolver todos os profissionais da empresa em prol de uma produção com produtos de qualidade superior e com uma linha produtiva com zero quebras, zero acidentes e zero defeitos. Isso requer uma mudança comportamental na empresa, já que os funcionários precisarão abraçar uma nova cultura. A ideia é aproximar os funcionários dos processos e equipamentos, para assim melhorar os resultados.
Em um primeiro momento, um dos grandes benefícios da Gestão de Máquinas e Equipamentos é elevar a disponibilidade e a eficiência fabril, o que garante flexibilidade no processo produtivo e maior competitividade para o negócio. Mas além disso, essa metodologia foca em uma gestão autônoma através da maior responsabilidade das pessoas e promove uma cultura para que os operadores se tornem “donos da máquina” ou como diz a famosa frase: “Da minha máquina cuido eu”. Em outras palavras, com essa transformação do papel do operador, aumentam a pro-atividade e a motivação dentro da equipe e os resultados são evidenciados em curto espaço de tempo. Este método é focado na participação dos operadores como grandes guardiões da máquina, tornando-os responsáveis por ela e pelos resultados, assim como desenvolver o senso crítico. São treinados e capacitados para realizar inspeções, limpeza, manutenções básicas e identificar precocemente qualquer problema que possa surgir.
Impactos e Sustentabilidade através da GME
Os impactos da GME são notáveis. A redução de custos operacionais, a diminuição das paradas não planejadas e o aumento da eficiência resultam em um retorno financeiro significativo. Empresas que investem em métodos como o GME observam um aumento na competitividade, no mercado e uma melhoria na rentabilidade. Os benefícios financeiros não se limitam apenas à eficiência operacional, eles se traduzem diretamente em vantagens competitivas sustentáveis. Ao compreender o impacto financeiro, gestores podem tomar decisões embasadas e sustentáveis para o crescimento a longo prazo.
Além dos benefícios financeiros, esse método visa a segurança no local de trabalho e promove práticas sustentáveis. Também contribui para a criação de ambientes de produção mais ecológicos, reduzindo o consumo de energia, minimizando resíduos e promovendo a responsabilidade ambiental junto aos times de operação. A busca pela sustentabilidade não é apenas uma escolha ética, é uma necessidade imperativa. Ao integrar práticas sustentáveis, as organizações não apenas atendem às demandas ambientais, mas também fortalecem sua reputação e contribuem para um futuro mais sustentável.
Quais os problemas que a GME pode solucionar?
A Gestão de Máquinas e Equipamentos é uma ferramenta poderosa para abordar uma série de desafios enfrentados por empresas no ambiente fabril. Ao adotar essa abordagem, os gestores podem enfrentar efetivamente os seguintes problemas:
- Custos de operação e manutenção elevados: despesas imprevistas relacionadas à operação e manutenção como paradas de máquina, quebras, falta de componentes, entre outras, podem comprometer significativamente os resultados financeiros da empresa.
- Baixa produtividade em comparação com concorrentes: a falta de eficiência nos processos e a subutilização de ativos podem resultar em uma produção abaixo do potencial, tornando a empresa menos competitiva.
- Máquinas quebradas e interrupções na operação: quebras frequentes e períodos de inatividade não planejados podem prejudicar seriamente a continuidade operacional e a capacidade de atender à demanda do mercado.
- Problemas de qualidade nos produtos: falhas nos equipamentos podem afetar diretamente a qualidade dos produtos, resultando em retrabalho, rejeição de produtos e insatisfação do cliente.
- Operadores desqualificados para alta performance nos ativos: a falta de treinamento e capacitação adequados podem limitar a eficácia dos operadores na manutenção e operação dos equipamentos.
- Afastamentos e custos por acidentes de trabalho: máquinas e operações inseguras podem resultar em acidentes, afastamentos e custos associados a indenizações e tratamentos médicos.
- Baixa competitividade no mercado: uma operação ineficiente, produtos com problemas de qualidade e atrasos nas entregas podem levar a empresa a perder competitividade no mercado.
- Clima de trabalho ruim e desorganização na fábrica: ambientes desorganizados e um clima de trabalho negativo podem impactar a moral dos funcionários e a eficiência geral das operações.
- Incapacidade de atender às demandas dos clientes: falhas na produção podem resultar na incapacidade de atender prontamente às necessidades e expectativas dos clientes.
- Tempo de setup elevado: processos de setup demorados podem diminuir a flexibilidade operacional, impedindo rápida adaptação a mudanças na demanda.
- Ativos abaixo da eficiência máxima esperada: a operação abaixo do desempenho ideal dos ativos reduz a eficiência operacional global da empresa.
- Ocorrência de vazamentos nas máquinas: problemas como vazamentos são indicativos de operação e manutenção inadequada ou falta de monitoramento efetivo dos ativos.
Como a Gestão de Máquinas e Equipamentos é estruturada?
Este método é focado na participação ativa dos operadores, tornando-os responsáveis por ela e pelos resultados, assim como desenvolver o senso crítico. São treinados e capacitados para realizar inspeções, limpeza, manutenções básicas e identificar precocemente qualquer problema que possa surgir. Para que esse método seja aplicado de forma efetiva e mantenha resultados perenes, ele está estruturado em 4 grandes fases:
1ª Fase | Análise da Maturidade: Nesta fase o objetivo é entender como a empresa está em relação às boas práticas de mercado. Além disso, com alguns passos importantes, essa fase proporcionará uma excelente ideia do tamanho da transformação que será necessário promover na sua organização, sempre em busca de maximizar os resultados operacionais e financeiros do negócio.
2ª Fase | Planejamento: Nessa fase são entendidos os benefícios desse método para a empresa, desenvolvida uma proposta de implementação efetiva e definidos os recursos que são necessários para a implementação do método.
3ª Fase | Implementação: Esta é a fase da implementação prática da metodologia GME. Está dividida em várias etapas como: treinamento, preparação, execução e auditorias.
4ª Fase | Encerramento: É a avaliação do processo baseado nos resultados, com aplicação de ações para garantir a manutenção dos índices de Eficiência e Produtividade alcançados com o método aplicado.
Desafios na Implementação
A implementação da GME não está isenta de desafios. A resistência à mudança por parte dos funcionários, a necessidade de investimentos iniciais e a adaptação a uma nova cultura organizacional são obstáculos comuns. No entanto, superar esses desafios é crucial para colher os benefícios a longo prazo.
A resistência à mudança é uma dinâmica comum e desafiadora que pode surgir durante a implementação de novas práticas como a GME, pois propõe uma mudança na forma de pensar e agir quanto aos processos produtivos e ao cuidado com os ativos. Entender e gerenciar essa resistência é fundamental para o sucesso da transição. Seguem alguns pontos a serem considerados sobre a resistência à mudança:
- Zona de Conforto: muitos funcionários têm uma zona de conforto bem estabelecida em suas tarefas e rotinas diárias. A introdução de novos métodos, como a GME, pode ser percebida como uma ameaça a essa zona, resultando em resistência.
- Falta de Compreensão: a resistência muitas vezes surge quando os funcionários não compreendem completamente os objetivos da mudança. A falta de clareza sobre como a GME beneficia tanto a empresa quanto os indivíduos pode gerar apreensão.
- Medo do Desconhecido: as mudanças frequentemente trazem consigo a incerteza sobre o futuro. Os funcionários podem temer o desconhecido, preocupando-se com possíveis impactos em suas funções, segurança no emprego e ambiente de trabalho.
- Cultura Organizacional: a cultura organizacional existente pode influenciar a forma como as mudanças são percebidas. Se a cultura não favorecer a inovação e a adaptação, a resistência pode ser mais pronunciada.
- Comunicação Ineficaz: uma comunicação inadequada sobre os motivos da mudança, os benefícios esperados e os passos práticos podem levar à confusão e à resistência. É crucial comunicar de maneira transparente e envolvente.
- Participação Insuficiente: a falta de envolvimento dos funcionários no processo de mudança pode resultar em resistência. A participação ativa dos colaboradores desde as fases iniciais pode aumentar a aceitação da mudança.
- Medo de Perda de Controle: a introdução de novos métodos, como a GME, pode fazer com que alguns funcionários sintam que estão perdendo o controle sobre suas responsabilidades e processos. Esse medo pode levar à resistência.
- Histórico de Mudanças Malsucedidas: se a empresa tiver um histórico de implementações de mudanças mal gerenciadas, os funcionários podem ficar céticos e resistir a novas iniciativas.
- Impacto nas Relações Interpessoais: a mudança pode afetar as relações interpessoais estabelecidas. Funcionários podem recear perder a colaboração ou o apoio de colegas de trabalho.
- Necessidade de Treinamento Adequado: a falta de treinamento adequado para lidar com as novas práticas pode criar insegurança nos funcionários, levando à resistência.
- Gestão de Expectativas: a gestão eficaz das expectativas é crucial. Se os funcionários têm expectativas irreais sobre os benefícios imediatos da mudança, a realidade pode levar à frustração e resistência.
Para superar a resistência à mudança, as organizações devem investir em estratégias de gestão de mudanças, incluindo uma comunicação clara, envolvimento dos funcionários, patrocínio da média e alta gestão, treinamento adequado e demonstração de benefícios tangíveis a curto e longo prazo. É essencial criar um ambiente que promova a compreensão, confiança e colaboração para garantir uma transição bem-sucedida para práticas como a GME.
A necessidade de investimentos iniciais pode também ser um desafio para a implementação da GME, dependendo da situação inicial de conservação dos ativos, do nível de habilidade dos operadores e da situação da manutenção dos ativos. Entretanto é um desafio que pode ser contornado através do planejamento da implementação e da priorização das atividades necessárias, pois a GME não busca de forma imediata e mandatória o retrofiting geral dos ativos, e sim através de pequenas atividades tem o objetivo de recuperar e implementar melhorias nos ativos.
Ao reconhecer os desafios, gestores podem antecipar potenciais obstáculos, desenvolvendo estratégias de implementação mais eficazes. Essa conscientização é fundamental para garantir uma transição suave para a GME, transformando desafios em oportunidades de melhoria contínua.
Quais resultados esperar com a GME?
A implementação bem-sucedida da GESTÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS pode proporcionar uma série de resultados positivos para a empresa, incluindo, mas não se limitando a:
- Aumento da produtividade: a GME visa otimizar a operação, através da minimização de paradas, aumentando a produção sem comprometer a qualidade. Os ganhos de produtividade podem chegar a mais de 2 vezes.
- Redução dos custos de operação e manutenção: a eficiência aprimorada resulta em custos mais baixos associados à operação e através do cuidado ativo dos operadores e manutentores, reduzem significativamente os custos de manutenção, podendo estes chegar a 30%.
- Máquinas com alta confiabilidade: a manutenção autônoma garante que as máquinas operem de forma confiável, minimizando quebras e interrupções. As reduções nas paradas podem chegar a 80%.
- Elevação do índice de qualidade dos produtos: a participação ativa dos operadores na manutenção contribui para a melhoria contínua da qualidade dos produtos.
- Funcionários ativos e comprometidos com as entregas: a mudança cultural promovida pela GME resulta em uma equipe mais envolvida e comprometida com as entregas.
- Aumento da eficiência da sua fábrica: a GME visa otimizar os processos, aumentando a eficiência produtiva dos ativos de 10 a 20%.
- Elevação do nível de segurança da operação: a GME visa criar um ambiente de trabalho mais seguro, através do estímulo as melhorias no posto de trabalho e assim reduzindo acidentes e promovendo boas práticas de segurança.
- Empresa competitiva no mercado: através do aumento da eficiência e da qualidade aprimorada, a empresa se posiciona de forma mais competitiva no mercado.
- Melhoria do ambiente de trabalho: uma cultura de responsabilidade e melhoria contínua contribui para um ambiente de trabalho mais positivo.
- Operadores qualificados e mais autônomos: com foco no treinamento e na capacitação operacional, resultam em operadores com maior comprometimento com as entregas e com maior autonomia.
- Elevação dos níveis de atendimento aos clientes: a eficiência operacional melhora a capacidade de atender às demandas e expectativas dos clientes.
- Máquinas nas condições ideais de operação: através do método da GME, com foco na manutenção autônoma e preventiva, mantém-se as máquinas em condições ideais de operação.
A implementação da GME não é simples e requer um compromisso de longo prazo por parte da organização. Isso inclui a formação de equipes de melhoria contínua, a realização de auditorias de manutenção regulares e o desenvolvimento constante das pessoas. Além disso, exige investimentos em melhorias nos ativos e nas condições de trabalho.
Em resumo, é uma abordagem abrangente para a gestão da produção que requer o envolvimento de toda a organização. Ela visa maximizar a eficiência do equipamento, minimizar as perdas de produção e criar uma cultura de melhoria contínua. Embora a implementação da GME exija um compromisso de longo prazo, os benefícios são significativos em termos de redução de custos, melhoria da qualidade do produto e segurança no local de trabalho, ou seja, propicia maior competitividade para o negócio.
Gestão de Máquinas e Equipamentos (GME): quem oferece essa solução?
O serviço de Gestão de Máquinas e Equipamentos (GME) é uma das soluções empresariais disponíveis na FENP Consultoria Digital. A empresa tem como norte transformações customizadas para resultados acelerados. O fundador da FENP é Esdanio Nilton Pereira, que traz na bagagem quase 40 anos de experiência na gestão de pequenas, médias e grandes empresas no Brasil e no exterior.
As informações sobre Gestão de Máquinas e Equipamentos (GME) podem ser acessadas por meio de uma consultoria digital dentro da FENP. Nesta plataforma, o cliente tem acesso à forma de implementá-la em sua empresa e também aciona o seu consultor responsável sempre que precisar.
FENP: Contribuir com o crescimento e a longevidade das empresas brasileiras é o nosso propósito
A FENP Consultoria Digital foi criada na esteira da necessidade de transformação da gestão empresarial do país. Além dos atributos convencionais das consultorias, a FENP tem uma vocação estratégica evidente e diferenciada e um olhar atento ao processo sucessório nacional.
O maior compromisso da FENP é com o futuro do negócio de seus clientes. A atuação da empresa engloba desde startups ligadas à indústria até a própria indústria produtiva brasileira. Todas as soluções da marca visam a transformação da gestão empresarial, diminuindo riscos e estabelecendo processos mais modernos, eficientes e seguros.
Fundador conta com quatro décadas de experiência na gestão de empresas
Esdanio Nilton Pereira acumula quatro décadas de experiência adquiridas em grandes companhias dentro e fora do Brasil. Brasinca, Volvo, Navistar (International Caminhões) e Empresas Randon foram suas passagens como executivo. Atualmente, divide a agenda também como investidor anjo e conselheiro de empresas.
Estudioso dedicado e profissional reconhecido, Esdanio conta com mais de 20 participações em startups, o que comprova sua visão para investir e entender o futuro dos negócios. Transformador convicto e entusiasta da indústria nacional, ele desenvolveu também a metodologia Gestão do Crescimento Sustentável (GCS). O método, criado há mais de 10 anos, foca no crescimento e na longevidade das empresas e já ajudou dezenas de empresas a transformarem sua gestão, além de balizarem sua governança e encaminharem os processos sucessórios.
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